28/02/2014

Blond me Up, day 8: Qualquer semelhança é pura realidade


O Golden Rose Crop da Zara num Working Casual Chic para o dia





















Going for silver blond, a mais de meio do caminho mas ainda num blond muito yellow, parei no Coolares Market num sunday-family-day muito gelado. As botas ficaram em Lisboa, segui de running shoes (ideia brilhante devidamente validade pela maison Channel). Gosto de apanhados lady-like, mas este foi mesmo um apanhado-disfarce-do-yellow-not-silver-blond. Oito dias depois, o bleach/silver instalou-se e está tudo bem. Supimpa.


25/02/2014

Ode à vida (porque os mortos não se velam e choram, celebram-se em vida)

O Mário Coluna morreu há umas horas.
Como sempre, quando alguém "grande" nos deixa, começa a comiseração, o elogio ao morto, as homenagens, a tristeza, o relembrar que estamos aqui à condição. As saudades. Daquelas que não há como matar.
O meu instinto, humana que sou e sujeita aos mesmos predicados católicos na criação a que todos neste país são sujeitos, foi esse mesmo. Não há como evitar, a nossa malha social teceu-se sobre a idiotice da culpa, da humildadezinha, sobre a enorme estupidez de pensar que estamos aqui para sermos sofredores e engolirmos o sapal todo que se nos coloque no caminho, que Deus ajuda, acompanha e recompensa quando formos "desta para melhor". Aliás, o ditado diz tudo:morremos e vamos para "uma" (vida) melhor que esta.
O raio. Raios parta se vou. Se for melhor que esta, será o supra-sumo da batata doce, porque esta vida é a que eu tenho, e macacos me trinquem se não a viverei o melhor que saiba, aprenda e consiga. Isto é tudo o que tenho certo. Depois, logo se vê.
Não tenho certo que exista mais alguma coisa para lá desta vida. O céu e o inferno são parvoeira cristãzinha. Se existissem, haveria certamente um problema de sobre-lotação no inferno. Seria mesmo um enorme aborrecimento ir congelar as perninhas para o jardim celestial, quando toda a gente que por aqui conheço e sobretudo gosto são uns pecadores do demónio. E não me interpretem mal: eu não nasci católica, a minha mãe teve o respeito suficiente pela minha liberdade de escolha para não me submeter a uma escolha que teria sido apenas sua. Mas sou católica. Melhor, cristã, que ao clube de elite dos católicos só se acede após uma mecha de cabelo molhada, e ainda não me batizei. Porque é que sou cristã? Porque finalmente aprendi o suficiente sobre a vida para assumir que existe "alguém" criador, que não nos predestina coisíssima nenhuma, antes nos dota de livre-arbítrio e seguramente nos achará a pior da espécies que aqui colocou. Mas tem esperança. Porque, como disse à Inês Leitão, quando lhe perguntei se seria minha madrinha, numa conversa privada entre mim e "Ele", disse-lhe finalmente "ok, tudo bem, já percebi que estás aí, e o que se passa entre os terráqueos é com eles, tu ajudas se aprendermos, se fizermos, se formos". E porque a fé é uma coisa que se desenvolveu em mim à medida que a vida testa os meus limites. Não porque precise de encontrar razões para lá da razão. Eu não andei anos a lidar com uma depressão que me inoperacionalizava porque era a pior das pessoas. Nem foi por ser a peste negra que nasceram uns tumores cancerígenos simpáticos nos meus ovários. Não foi castigo divino, mas se Ele ali colocou o dedo foi uma dádiva de aprendizagem. Ajudou muitíssimo no processo chamado vida. E como me disse um médico especialista nessa coisa da tortuosa mente humana, ter fé também ajuda. Se for em nós, então. Ui, se não ajuda.
Como não tenho particular crença numa existência para lá desta, é nesta que quero ser, viver, sentir, experimentar, cheirar, tocar e ver, convocar todos os sentidos e sentimentos, trazer todos os meus para perto, fazer bem e por bem. O que haja a aprender, que aprenda aqui e que me valha em tempo útil. O que seja para viver, seja vida por estes anos. E quando tiver de partir, espero apenas que os que ficam não sofram demasiado.
Claro que isto é muitíssimo fácil de escrever, e muito menos ligeiro na feitura. Há um par de anos, numa visita a um Palácio Imperial em Marraquexe, daquelas pirosas com guia nativo e tudo (uma pessoa tem três dias para conhecer tudo o que puder, desculpem lá), dizia ele, muçulmano convicto: "nós não velamos os mortos. Não esperamos que a família venha de outras cidades e países para enterrar o morto. Chorar por ele? Despedirmos-nos? Se não o gostámos e usufruímos da sua vida, o problema é nosso. Ele já está morto. Devolve-se o corpo à terra". Não estou a piscar os olhos à fé da Alá (e se estivesse, estaria). Mas há toda uma despreocupação perante a ideia de culpa que invejo. Que subscrevo. E quanto aos mortos, que não se velam e choram, mas antes se celebram em vida, não há forma melhor para descrever o que penso. Já o sentir, esse, é campo da irracionalidade. Custa mais.
É MENTIRA, das mais desculpativas e cruéis que conheço, que os bons sigam à frente e primeiro, e que só Deus tenha os que ama. Se Deus é tudo, não tem os maus, os bons, os vivos, os mortos, enfim, tudo? Se chega o momento da falência desta máquina chamada corpo, não vamos todos, bons ou maus, embora?

Não sabemos lidar com a morte. MAS SABEMOS LIDAR COM A VIDA?
É com a vida que não estamos em paz. Se a aproveitarmos, a nossa a dos nossos a dos outros, a morte passa a ser um "apenas". Apenas morte. Saudade boa. Sem os arrependimentos e as coisas mal resolvidas que nos motivam as lágrimas, a culpa e a tristeza.
Se soubermos LIDAR COM A VIDA, levamos o papo cheio para o que quer que seja que possa estar lá, do outro lado. Sejam 72 virgens, um jardim esverdejante ou um infernal caldo fervilhante. Ou nada.

A mim, interessa-me já o minuto que aí vem. Esperando ter aproveitado o que termina.

19/02/2014

MINT ME (Love-Color da Coleccção-Cápsula da Not A WonderWoman by Marta Rebelo)

O multifacetado Rosen Gold Crop Top da Zara (19,99€)

E pronto, Not A WonderWomen.
O exercício a que me propunha era mostrar-vos como (escolher) uma HIT-PIECE dentro dos vossos orçamentos (este crop top da nova colecção da Zara fica a um cêntimo dos 20€), e rentabilizar o parco investimento até ao limite - "ao expoente máximo da loucura", como o amor dos Ornatos Violeta -, utilizando e reutilizando essa peça-estrela em vários looks para todas as situações.

O conselho, o meu, é sempre o mesmo: that the chance.
(ou na sabedoria popular "Quem não arrisca, não petisca")

E prometo mostrar na prática, porque foi na Zara Amoreiras que eu e este crop top experimentámos o amor à primeira vista!


(O Crop Top da Zara) Clean Gala Glamour

(O Crop Top da Zara em) Lady-Like or Rouge Hip Kiss

(O Crop Top da Zara num) Working Casual Chic Look

18/02/2014

(O meu look de hoje) Confere?

(o chapéu voou....)

And happiness is... (Destruir lugares comuns)

Chegada a casa depois de um dia - pode dizer-se - feliz (embora a bela constipação + ataque de sinusite que me ataca não traga felicidade a ninguém), faço o corriqueiro exercício de coscuvilhice virtual e passo os olhos na página inicial do "meu" facebook. E encontro, pela pena da minha amiga Inês Guimarães Correia, uma pessoa super positiva por vocação, um link para um artigo de um tal de Huffington Post, com o genial título This Is Scientific Proof That Happiness Is A Choice. Trocando por miúdos e roubando a tradução à Inês, a autora baseia-se na Psicologia Positiva e daí faz um elenco de "8 caminhos para assumir o controlo sobre a sua felicidade".
Eu sou conhecida por ter opiniões, por ser até um pouco achista (acho sempre alguma coisa sobre quase tudo, gosto de ginasticar as pequenas células cinzentas, como dizia o Poirot) e face à minha experiência, olhei para o dito elenco e fiquei danada. Que chorrilho de disparates. Mais disparatado que tudo é achar que há uma qualquer lista universal rumo à felicidade suprema. Não é um elenco de prioridades, nem é suposto colocar todos os passos em prática por uma dada ordem. Mas ainda que sejam caminhos indicativos, são realmente disparatados ou simples lugares comuns. 
Ora vejam.

Faça simplesmente o esforço de tentar ser mais feliz 
Não há como discordar, tão comum é este lugar. Quem se sente derrotado, carregado de negatividade, quem acha que não há como ver a luz ao fundo do túnel porque o túnel colapsou, está lá encurralado e não há como sair, pois dificilmente será apto a experimentar bem-estar, realização e momentos de felicidade. Quem desiste, não vai a jogo, não marca golo. É uma lei da vida, e vale para tudo.

Faça da felicidade o seu objectivo n.º 1 
O MAIS REDONDO DISPARATE DE ENTRE TODOS OS DISPARATES DO MUNDO QUE JÁ É BEM DISPARATADO.
A felicidade não é uma meta, é demasiado diluída para acharmos que é um fim em si, quando é o princípio e o meio e tudo. Ser-se feliz não se alcança por fixação de objectivos: é todo um processo que conduz não à felicidade, mas à aptidão, à capacidade ao saber aproveitar a felicidade quando ela se experimenta. A única meta que vale a pena procurar é um ponto de equilíbrio nas nossas existências - aquele em que identificámos as causas dos nossos problemas (mentais e práticos), dispusemos-nos a tratá-las, aprendemos a relativizar o que nos atinge, preocupa e ocupa, abandonámos os locais onde fomos infelizes e de mente limpa e clara, sabemos para onde caminhar. É este equilíbrio que nos torna capazes de experimentar a felicidade e de estarmos bem connosco. Depois, seremos ótimos para os nossos, para os outros. Este processo, que nos dá equilíbrio (noção do bom e do mau para nós), faz de nós capazes - e na minha opinião, obrigados a - de levar bem-estar aos outros. Lembram-se do anúncio da marca de leite onde se dizia "Se eu não gostar de mim, quem gostará"? É ISSO MESMO.

Os pontos seguintes são tão disparatados, tornam-se tão vulgares quando colocados deste modo pseudo-meta-filosófico-existêncial, tão impregnados daquela maniazinha norte-americana de trazer sempre a religião debaixo do braço, que a minha veia argumentativa precisa de protestar e desmontar.

Estar atento às coisas boas que nos acontecem.Coisa que só um absoluto palerma não faz. Toda a gente está atenta ao que de bom lhe sucede; o que acontece É QUE NEM TODA A GENTE COLOCA EM PERSPECTIVA E VALORIZA DEVIDAMENTE as coisas boas que lhe acontecem.


Treinar a atenção plena através de meditaçãoSe as pessoas fizerem exercício já é uma sorte. As benesses de praticar exercício físico e colocar a cabecinha a produzir seratonina da boa (a base de todos os anti-depressivos, o químico que o nosso cérebro faz o organismo produzir e que nos faz sentir bem). Meditação é uma prática maravilhosa, mas que reclama ensinamentos e uma aprendizagem que não é nada simples.Aliás, A MEDITAÇÃO SERVE PARA DESLIGAR, E NÃO PARA TREINAR A ATENÇÃO, PLENA OU CURTA.


SorrirBOA!!! Que tal começar por aqui, que é fácil, é barato e pode dar milhões de minutos de bem-estar?! Por os músculos faciais a ginasticar e o cérebro a comandar a produção dos químicos bons. E até pode ser um sorriso fajuto, o simples ato de simular o sorriso já faz 70 por cento do efeito.

Praticar gratidãoSim, claro. Digam-me lá: uma pessoa que esteja lá no túnel colapsado, está grata a alguém por alguma coisa? Uma pessoa mergulhada numa depressão séria agradece a alguém que a ajude (quer mais é desaparecer e ser deixada sossegada no seu canto escuro)? Uma pessoa frustrada com a vida que leve, agradece o quê a quem? A gratidão flui naturalmente de dentro quando estamos equilibrados. O resto, é o "sinto-me obrigado a agradecer" - que é o significado íntegro da expressão "Obrigado/a" que usamos todos os dias e nem sabemos.


Autorizar-se a ser felizCom toda a certeza, estou autorizada. E agora? Já está, já está? Claro que não está. 

O que a autora gostaria de ter dito seria algo como SEJA POSITIVO, PROCURE ACREDITAR MESMO QUE TUDO SEJA UM NEGRUME E NÃO SINTA QUALQUER PONTADA DE ESPERANÇA. Quem se entrega à vida derrotado, não espere dela sequer palmadinhas nas costas.
Praticar compaixão - é o estado emocional que dá mais felicidade ao ser humano, daí o voluntariado e o rezar pelos outros/desejar-lhes bem, ser tão importante para a nossa própria felicidade.Eu não pratico compaixão nenhuma. Eu amo as minhas pessoas, gosto de pessoas, e dou de mim. Não é por compaixão alguma: fazer alguém feliz induz em nós uma enorme sensação de partilha, conforto, realização e alegria e, logo, faz-nos sentir felizes. Mas PARTILHE SEM TER ENCONTRADO O SEU EQUILÍBRIO E A ÚNICA COISA QUE VAI ESPALHAR É O QUE O/A DESEQUILIBRA A SI. É que não há margem de erro: PARA DAR, É PRECISO TER. Senão, confundimos tudo, com egoísmo.


Não sou nem tenho a mania de ser uma Guru do bem-estar, Papisa da auto-ajuda e do auto-conhecimento. Mas isto, porque encontrei o meu equilíbrio a duras teimas e penas, posso afirmar: comecemos por sorrir ao acordar, a acompanhar um belo espreguiço. E que tal sorrir às pessoas que encontramos fugazmente todos os dias e a quem damos a nossa cara mais carrancuda? O segurança da empresa. A senhora que tira os cafés. A caixa do supermercado. Depois, tem de se acreditar, haja o que houver, que vai passar, que vamos conseguir, que é possível. A fé religiosa ajuda muito, mas se não a tem seja mesmo é positivo. E depois faça um Closet Cleanning dos ficheiros mentais que guarda no armário que é a nossa cabecinha. Se não sabe fazer, peça ajuda. Olhem para mim, anos de psicoterapia, yoga, meditação, reiki, medicina quântica. Ajudou, garanto.
É que, meu amigos, ou tivemos uns pais muito equilibrados e resolvidos, ou não crescemos equipados com as ferramentas necessárias para nos sentirmos felizes. Mas lojas de ferramentas é o que para aí não falta. 
Só mais uma coisinha: ninguém É feliz. O verbo é outro, não é SER. É SENTIR. A felicidade sente-se.

O meu look hoje: (Golden) Smart Cool Casual

Gossip saudável: O Conceito "Not A WonderWoman"

Cliquem aqui em cima, onde se lê "O Conceito".
E sabem o que é, e quem é, a/ uma "Not A WonderWoman".
E a seguir, digam de vossa justiça e contactem-me: WonderWoman Power!

17/02/2014

Blond me UP, Day 1

Não "cansei de ser sexy", mas cansei de ser morena avermelhada.
É lugar comum dizer que quando as mulheres não estão bem, mudam o cabelo. É assim uma verdade não de la palisse, mas de revista feminina: desgosto de amor, frustração epidérmica ou profunda, marco na vida. É este tipo de eventos que dita a coloração capilar feminina. Tanto que eu gosto de desconstruir mitos urbanos...
Não tenho o coração partido - está inteiraço -, fugi às frustrações da derme e não pretendo significar nada com estes dias que passam senão sentir-me bem. O cabelo emoldura-nos o rosto. Muda-se qualquer coisa na moldura, ilumina-se de modo distinto o retrato. É tão somente isto.
Eu sou de assumir riscos. Ou, no dizer de outros, "brava, aventureira e corajosa". Ora, não há nada de corajoso em mudar o tom de cabelo, nos dias que correm: não gostamos, em minutos mudamos tudo outra vez. O risco é de um cálculo extremo. Mas tenho sangue de camaleão na guelra. Quem me conhece sabe que pode esperar uma moldura diferente, any given moment
O risco é saudável. A mudança é o nosso mote existêncial. 
Os antigos dizem que "quem não arrisca, não petisca".
Eu digo que "quem não arrisca, não reflete o seu interior exteriormente". E o que é por fora molda-se, o que está cá dentro é tendencialmente muito melhor.
Lugar comum, também, a inner-search. Mas também os há, aos lugares comuns, de uma cruel nudez e verdade.

QUEM É QUE QUER MUDAR, SÓ NÃO SABE COMO OU PRECISA DE UMA REDE DE TRAPÉZIO PARA DIMINUIR O RISCO?
É só dizer, cabem na minha agenda.


Uma loura estreante ao fugaz sol no Guincho (e a espuma química dos dias)


Loura? Onde? Ah... pois... eu... (os olhos demoram a habituar-se, não julguem)


[Créditos: Afonso Azevedo Neves]

16/02/2014

MUDEI DE VIDA (ou ai meu Deus, que ela usa palavras que não se pronunciam...)

É uma constante a revisitação do tema pelas newsmagazines da praça. Mudar para o campo, mudar de emprego, mudar os miúdos de escola, mudar hábitos. Tão constante como a picada na nuca que nos impede de ignorar que o verbo "mudar" é SEMPRE aquele que nos move.
Nos últimos cinco anos a picada na minha nuca foi sempre constante. Às vezes muito, muito intensa. Por vezes apaziguada pela régua e esquadro da rotina quotidiana. Mas sempre presente. E muitas vezes açaimada.
Em 2012, decidi procurar-me de forma mais intensa. "Procurar-nos", "encontrar-nos", são os HIT VERBS das revistas femininas. Andamos todas perdidas e todas à procura. Já não é da cara-metade, é de nós próprias... Não será bem assim, mas enfim. De modo não imediatamente consciente, 2012 marcou a procura ativa. Apenas no mesmo caminho de sempre, o Direito, um trilho absolutamente torto. Mas as lições que estranhei e entranhei a custo, a partir dos 29, permitiram-me ir descascando a cebola pelas "camadas negativas": foi colocando de parte o que me fazia profundamente infeliz. Como disse Pessoa, repetir locais onde somos infelizes é apenas estupidez manifesta. Eu andei dez anos da minha vida a repetir um desses locais: a Faculdade de Direito de Lisboa. Se há coisa que eu adore, é ensinar. É a exposição do conhecimento a cabeças e olhares frescos e novos, é a interatividade possível, e o aperfeiçoamento coletivo. Se há coisa que eu deteste, é a trica mesquinha. A inveja pequena, a guerrilha académica permanente, o tribalismo escolar entre as políticas, as jurídicas, as económicas, a malha de tramas urdida por intelectos superiormente preparados para os nós mais complicados. Isto é 90 por cento da vida de um assistente na FDL. Os demais 10 por cento sim, são o que eu adoro. Em Setembro de 2012, ao ser-me distribuída para o semestre a cadeira de Economia I, que no essencial versa sobre microeconomia e no nuclear deve ser ensinada por quem tenha formação em Economia e não em Direito, demiti-me. E as minhas costas ficaram 300 toneladas mais leves.
Mas a insistência no Direito permaneceu. Afinal, foram 5 anos de Licenciatura, 4 de Mestrado, não sei quantas Pós-Graduações e Especializações. Foram 5 livros publicados pela Almedina, generosas dezenas de artigos publicados em revistas científico-jurídicas, participações em seminários e conferências. Então não foram 10 anos de docência na FDL, 3 anos sobre a orientação do meu Saudoso Mestre Professor Sousa Franco, a participação intensa num processo legislativo que adorei, 2 anos de assento na Assembleia da República e a seguir a advocacia? Sim, foi isto tudo. Foram 12 anos em que a minha formação jurídica me deu experiências tão intensas, daquelas que a generalidade das pessoas não vão experimentar numa vida inteira, me deu tudo a que me propus com sucesso. TERÁ SIDO O DIREITO A DAR-ME, OU EU - A MARTA - A CONQUISTAR? Foram 12 anos. E não serão 13.
Ao longo deste sinuoso percurso, doutorei-me em pessoas e sua infinita maldade e inveja, vacinei-me contra mau-olhado e mesquinhez, e tornei-me, nas palavras de quem me rodeia "brava e generosa". Levei muitos pontapés, biqueiradas mesmo, mas dei muitas outras. "Quem vai à guerra, dá e leva". Aturei a exposição, joguei com ela. Fui a jogo sempre, fiquei doente muitas vezes. Lidei com uma depressão profunda durante metade da minha passagem pelo Parlamento que levei quando sai. Sim, escândalo: ela está a dizer a palavra D-E-P-R-E-S-S-Ã-O. Aquela doença que afeta 90 por cento das pessoas que nos rodeiam, mas finge-se sempre a operacionalidade e que estamos supimpas. Acompanhou-me uns aninhos. É a vida. Nunca perdi uma batalha, mas aprendi que só algumas batalhas valem a pena. Tenho a certeza absoluta que NESTE PAÍS A CAUSA PÚBLICA É EXERCIDA COM O UMBIGO E O LADO ESQUERDO DO CÉREBRO, e o CORAÇÃO pouco tem a ver com o assunto. Aprendi que tenho a obrigação de mudar um bocadinho do mundo porque consigo, mas O MUNDO MUDA-SE COM AS NOSSAS PRÓPRIAS MÃOS, E NÃO POR ELEIÇÃO. Que prefiro CAUSAS a POLÍTICAS. Que milito na vida, e não num partido. Que vida é vida, quantas patas e de que espécie, raça, cor seja. E que DEUS EXISTE. Numa concepção minha, e sem lhe pedir que viva por mim: o destino faz-se e merece-se.
Em 2013 continuei a teimar que era o Direito, e os dias a dizerem-me que era a torto. A picada na nuca picava muitíssimo, e a visita de um simpático cancro não permitia quebrar o ciclo. Tudo isto é um PROCESSO. De aprendizagem, de SELF-LEARNING e SELF-KNOWLEDEG. Se o ano há pouco encerrado foi uma sucessão de desgraças e más notícias, foi também um ano de chegadas e permanências: dos meus miúdos, da minha filha (humana) adotiva, do meu melhor amigo que é a "minha família super-concentrada" e tudo para e por mim, a tua descoberta. E de cerejinhas: EU NÃO GOSTO DE FAZER DO DIREITO VIDA. Não reside ali a minha felicidade. Há que encontrá-la, tão certo como o depósito da renda ao fim do mês.
O que eu decidi fazer da minha vida, a partir deste Fevereiro que me vê renascer a cada dia 13, é o resultado de um processo muito duro e longo de tareia, nódoas negras, músculos doridos, desilusões, erros e galos na cabeça. Mas de coisas maravilhosas que fui trazendo comigo de ano para ano. Que só hoje sei o que valem. Eu tinha um plano compacto e inflexível para a minha vida. Que falhou redondo no chão. Estava errada, e então?
Cansei de ser a Senhora Dra. Marta Rebelo. Não serve "Marta"? O Senhor está no alto é parece que é no masculino. Doutores, só mesmo em hospitais e locais afins. Não gosto do quadro, do quadrado, do rectângulo e do mesclado de cinzentos do mundo jurídico. Prefiro tentar moldar as formas e escolher a minha geometria.
Aos detratores: olhem bem para vocês... em frente a um espelho grande e nítido.
Aos maldizentes: continuem a perder tempo com a minha vida, a vossa é pouquinho, não é?
Aos que invejam: façam (por) vocês mesmos.
Aos que clamam "é tão fútil": e vocês tão quadrados(errados).
Aos que proclamam "inconstância": não acredito em pessoas absolutamente certas. Um espelho, por favor.
Aos que me acham "muito corajosa": não sou, sou normal, também receio, procurem o vosso "normal".
Aos que se afastam: ainda bem que perceberam que estavam a mais, peso-morto.
Aos que se aproximam: desculpem lá, só agora é que estou pronta!
Aos que torcem: obrigada, o karma é tramado mas justo.

Ah, também me cansei de ser morena. Deve ser porque estou ligeira e leve.
Até já, do lado bom (ou melhor) da vida.

01/02/2014

Wonder Fashion Rule: RUNNING SHOES, CHANNEL by KARL says so

Se há maravilha das maravilhas que as fashion rules do momento ditam é o revisitado fascínio pelos running shoes (também conhecidos como "ténis de corrida"), para usar e abusar com mais ou menos... tudo.
Há 5 dias, na Semana de Alta Costura de Paris, a Channel do Karl propôs os running shoes para TODAS as ocasiões: smart casual (num Channel-Channel contemporâneo), wonder night wear (as cores das plumas de pavão em brilho são qualquer coisa) e num long white dress fabuloso. 

Se o Karl dita e a Channel desfila em Haute Couture, é um MANDAMENTO: RUNNING SHOES FOREVER!

Obrigada Karl, obrigada Channel. 

Os meus pés estão-vos para sempre agradecidos.



Channel really Channel, contemporary aproach: Lady Like in B&W
(usava, definitivamente usava, tal e qual desfilou - dispenso o hair code...)


Este Shinning Peacok Dress é fantástico. Karl, a sério. Meu, já.
(usava já hoje, tal e qual desfilou, com um apanhado mais convencional)


Long With Dress, para casar, para usar, sempre de pés bem assentes no chão.
Thanks Karl! Running Shoes Rule!